Como pode isto acontecer?
- Hoje em dia, a mulher portuguesa tem, em média, 1.3 filhos. Quando, numa família, se anuncia um segundo, terceiro, quarto ou quinto filho, muitos pais sentem-se sobrecarregados e inseguros. É possível que já não planeassem ter mais filhos e quisessem investir noutro tipo de projetos.
- Ou talvez a questão seja apenas como (e se) esta família conseguirá lidar com mais uma criança, do ponto de vista logístico, financeiro e a nível de energia.
- A questão de como lidar com a situação pode surgir logo a partir do segundo filho. Por vezes, os pais receiam ter de passar a dividir o seu amor. Não fazem ideia de como seria possível reorganizar a vida familiar.
Sugestão:
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Cinco preocupações frequentes e possíveis soluções
São várias as razões que, no momento da descoberta de uma nova gravidez, podem despertar nos pais uma certa apreensão. De seguida, resumimos os motivos mais frequentes que escutamos em acompanhamento, e propomos algumas soluções que permitem ultrapassar as diferentes dificuldades.
- Preocupações financeiras
- O regresso ao trabalho
- Falta de sintonia com o companheiro
- Sobrecarga
- O que os outros dizem...
- Peso na consciência em relação ao(s) primeiro(s) filho(s)
#1: preocupações financeiras
É algo evidente: quando uma nova pequena pessoa se junta à família, todas as necessidades materiais aumentam. Ainda que já tenha produtos e roupas de bebé, talvez seja necessário um carro maior, uma casa com mais um quarto, ou outro tipo de investimentos. São preocupações que podem ofuscar a alegria de uma gravidez.
Pistas para uma solução: apoio financeiro à medida das necessidades
Por vezes ajuda se tirar um tempinho para, por escrito, distinguir aquilo que é realmente necessário no imediato e o que apenas precisa de ser comprado pouco a pouco. Após uma reflexão mais profunda, geralmente revela-se mais fácil de gerir do que anteriormente se receava.
No entanto, há momentos em que não é evidente como é que as coisas poderão funcionar a nível financeiro. Especialmente quando o dinheiro já é escasso.
Se a situação financeira se tornar demasiado apertada, entre em contacto com a nossa equipa. Podemos ajudá-la a procurar apoios financeiros a que possa ter direito, tanto ao nível da Segurança Social como de instituições ou outras entidades privadas que poderão avaliar o seu caso.
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#2: o regresso ao trabalho
Depois dos meses de licença, talvez estivesse a preparar-se para regressar ao trabalho. Talvez se sentisse desejosa de retomar a vida profissional e já tivesse preparado tudo para esse regresso.
É compreensível que se pergunte: "Tenho de me ausentar outra vez? Será que não posso voltar a ter a oportunidade de fazer algo apenas para mim mesma?”
Pistas para uma solução: procure criar espaço para si própria
As suas aspirações são válidas: você tem o direito a dedicar-se a algo também para si própria. Aliás, enquanto mulher e enquanto mãe de vários filhos, pode ser extremamente importante não perder de vista as suas próprias necessidades.
Ainda que o regresso ao trabalho tenha de ser adiado, que tipo de liberdade e tempo para si própria será possível integrar no seu quotidiano? Será que há algum projeto que queira há muito realizar e para o qual seja agora possível, de modo deliberado, reservar um tempo na agenda? Que tipo de apoio exterior precisaria: uma baby-sitter, ajuda nas tarefas domésticas...?
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#3: falta de sintonia com o companheiro
Talvez já exista em si uma ligação emocional a esse pequeno ser que se desenvolve no seu útero. Se assim for, é possível que sinta o coração pesado quando o seu companheiro não se mostra capaz de acompanhar essa felicidade.
Existe uma grande probabilidade de ele estar preocupado com a capacidade que tem de ser um bom pai para mais um filho, ou como irá conseguir sustentar a família financeiramente, se esta crescer. São vários os pais que têm uma reação inicial negativa quando são informados de uma nova gravidez.
1. Pista para uma solução: dê-lhe tempo
Talvez este facto a encoraje: a maioria dos pais que se mostram inicialmente resistentes a aceitar a gravidez, acaba por se sentir muito feliz com os seus filhos, ainda que esta reviravolta parecesse altamente improvável na fase da surpresa e das preocupações.
Pode experimentar dar algum tempo ao seu companheiro para ele se organizar e reconciliar com a ideia de ter outro filho.
2. Pista para uma solução: passar tempo a dois
No dia-a-dia agitado, pode fazer-vos bem planear deliberadamente um dia/noite fixo que fica reservado como tempo de casal. Isto não tem de ser um grande evento, pode ser apenas uma refeição ou um passeio juntos, onde trocam ideias e prestam atenção um ao outro, fortalecendo os laços e reduzindo a sensação de não saberem o que se passa com o outro, no quotidiano.
Pode encontrar mais informações aqui:
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Talvez a sua situação seja diferente e não se encontre a viver uma relação estável.
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#4: sobrecarga
É evidente que a vinda de cada criança representa um desafio acrescido para a nossa capacidade de organização.
Por vezes, pode ter a impressão que não aguenta o ritmo... definitivamente, não é a única a ter essa perceção. Por muito perfeitas que possam parecer as vidas dos outros vistas de fora, a maioria das mães será capaz de compreender exatamente esse tipo de ideias e sentimentos, a partir da própria experiência.
1. Pista para uma solução: o que me facilita o dia-a-dia?
Ao longo do tempo, cada mulher desenvolve pequenas estratégias que lhe são próprias e que a ajudam a gerir o quotidiano. O que a ajuda a si? Poupa tempo e energia quando vai de vez em quando buscar comida fora em vez de cozinhar você mesma? Seria um alívio para si utilizar pratos de papel nalgumas refeições e fraldas descartáveis em vez de gastar tempo a lavar loiça e roupa? Será que a introdução de uma sesta à tarde para todas as crianças poderia proporcionar uma pequena pausa só para si? Certamente poderá pensar em muitas outras estratégias...
Por vezes, também ajuda redefinir prioridades: é legítimo que o tempo para si e para as crianças tenha prioridade sobre uma casa perfeitamente arrumada.
2. Pista para uma solução: apoio prático
Também é possível que este seja precisamente o melhor momento para reavaliar a fundo a sua situação atual: onde preciso de mais apoio? Do que preciso para me sentir bem?
Existem alguns projetos de apoio que oferecem ajuda prática, inclusive de forma voluntária ou por uma pequena quantia. Neste momento, talvez uma empregada doméstica pudesse ser uma boa ideia para si.
Também é possível recorrer a uma baby-sitter durante determinados períodos de tempo, para que possa fazer as coisas ao seu próprio ritmo ou ter tempo para si própria.
Aqui pode encontrar mais ideias e possibilidades:
#5: o que os outros dizem...
"O que achas que tal fulano vai dizer se tivermos mais um filho?”
É triste, mas é verdade, que muitas pessoas de fora acabam por julgar o planeamento familiar do casal. Toda a gente aparenta saber exatamente quando se deve e quando não se deve ter (mais) um filho. Bem como o número de filhos que deve ser permitido a cada pessoa.
É particularmente doloroso quando este tipo de atitude e respetivos comentários vêm da nossa própria família ou amigos.
Pistas para uma solução: a atitude para com a vida numa família numerosa
Talvez este pensamento a ajude nesta situação: as pessoas vão sempre falar das decisões alheias, e não é raro que o façam precisamente quando procuram distrair-se das suas próprias dificuldades. Às vezes, basta ter a coragem suficiente para manter a boa disposição diante de um comentário desagradável e ser capaz de rir das críticas ou do negativismo.
Esses comentários e agitação por causa de mais esta gravidez cairão em breve no esquecimento. A coesão e a segurança numa família numerosa, por outro lado, permanecem.
A leitura da seguinte carta pode ajudá-la. Foi escrita por uma mãe que estava à espera do quinto filho:
- Nesta gravidez ninguém lhe dá os parabéns? Esta carta é para si!
- 💪 Quais os meus recursos? — Ir para o Teste das Forças
#6: peso na consciência
Quando os pais são muito atenciosos e querem o melhor para o(s) seu(s) filho(s), podem sentir um peso na consciência quando têm outro filho: "Será que irei conseguir ser justo com todos e satisfazer as necessidades de cada um?"
Por vezes estes pensamentos surgem logo após a primeira criança quando, de repente, surge a possibilidade de um irmão. Precisamente porque o primeiro filho recebe tanto amor, é difícil imaginar como toda essa dedicação poderia ser "dividida". Ou existe a preocupação de que o(s) filho(s) mais velho(s) seja(m) prejudicado(s).
Se houver mais de duas crianças, a preocupação pode ser: "Eu só tenho dois braços e duas mãos: como posso dar atenção a mais de duas crianças?"
1. Pista para uma solução: confie no seu coração
Talvez conheça esta frase, tão bonita quanto verdadeira: "O amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte".
Isto descreve muito bem que o amor é algo que não pode ser compreendido num sistema matemático. Não se trata de "dividir" ou ter de se dividir a si próprio. O amor pode fazer muito mais.
Muitos pais fazem a experiência, por exemplo, da beleza que existe em amar várias crianças com as suas respetivas características e personalidades. É possível, no entanto, responder às diferentes necessidades de diferentes maneiras. Cada criança tem a sua maneira de ser e, por isso, o tipo de afeto também pode ser diferente.
2. Pista para uma solução: todos os irmãos no mesmo barco
Os irmãos podem aprender uns com os outros, por exemplo, a partilhar, a cuidar uns dos outros, a ser atenciosos ou a manter a união. Sem dúvida, este aspeto varia em função da diferença de idade. Porém, trata-se de ligações que podem ser significativas para toda a vida.
Enquanto crianças, os irmãos gostam de descobrir o mundo juntos. Isto significa que se podem manter ocupados sem os seus pais. E isso pode ter algumas vantagens.
No início, é uma adaptação quando outra criança entra para a família. Contudo, as crianças rapidamente percebem que se trata da família como um todo e que é especial que todos permaneçam unidos.
Os próximos passos…
Se esse for o caso, sinta-se à vontade para contactar a nossa equipa: em conjunto consigo, iremos analisar as opções adequadas à sua situação particular, contemplando os apoios existentes, sejam estes governamentais ou de instituições com quem possamos trabalhar em rede.
Se desejar, também pode partilhar connosco outras questões e preocupações relativas a esta gravidez. Temos todo o gosto em apoiá-la!
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