Como pode resultar? Estado da relação: complicado

Estado da relação: complicado

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Gravidez não planeada numa relação instável - 5 ideias para si

  • Para muitas mulheres, a ideia de ficar grávida numa relação instável é sinónimo de medo, dúvidas e preocupação. Afinal de contas, a maioria das mulheres deseja um quadro tão seguro e estável quanto possível, quando se trata de começar uma família.
  • A relação pode estar tensa ou ser ainda muito recente. Talvez tenham tido um caso, não estejam (ainda) realmente juntos ou a relação já tenha terminado... mas o teste de gravidez dá "positivo". Existem muitas situações em que uma gravidez não planeada representa um grande desafio para a mulher, precisamente devido às dificuldades da relação.
  • Também acontece muitas vezes que a própria gravidez desencadeia subitamente dificuldades na relação que não eram previsíveis, mesmo no caso de uma gravidez planeada.

Nesta situação, quais são as recomendações e o que pode ajudar? Aqui pode encontrar dicas e informações úteis.

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Alterações hormonais e o seu efeito numa relação

Talvez a ajude saber que as alterações hormonais, próprias do início da gravidez, também podem causar tensão na relação ou, eventualmente, aumentar as tensões existentes. São muitas as mulheres que passam por uma verdadeira tempestade emocional e notam que reagem de forma mais delicada e sensível, especialmente em relação ao seu companheiro.

Informação relevante: as alterações hormonais também podem causar uma certa rejeição física em relação ao companheiro. De repente, a proximidade e a intimidade, habitualmente agradáveis, tornam-se desconfortáveis. Isto pode ser fonte de inseguranças para muitas mulheres, porque se perguntam se a relação pode ter um futuro se tudo permanecer assim. Normalmente, porém, essa rejeição diminui após algumas semanas, voltando a dar lugar à atração anterior.

Ser mãe solteira é a única opção?

Talvez tenha medo de que a relação se desmorone e de ser mãe solteira se decidir prosseguir com esta gravidez. Será que a sua relação já se encontra bastante tremida ou o seu companheiro reagiu negativamente à gravidez?

Neste momento, pode valer a pena recordar o seguinte: as relações humanas, na verdade, são feitas de altos e baixos constantes. Existem os momentos bons em que é fácil amar o outro e sentir-se amada. Mas também há momentos em que não se conseguem entender e nos quais é necessário lutar um pelo outro. Estas fases podem ser muito desgastantes, especialmente quando se prolongam no tempo...

É caso para pensar: ainda é possível fazer esta relação funcionar? Por outro lado, será que se está a abrir uma janela de oportunidade para resolverem as vossas questões enquanto casal, precisamente porque esta situação inesperada está a torná-las visíveis?

Se está preocupada com a possibilidade de ser mãe solteira, é muitas vezes possível organizar uma boa forma de parentalidade em conjunto, para que não tenha de gerir tudo sozinha no dia a dia e, claro, financeiramente!
Para algumas mulheres, também pode ser bom refletir previamente sobre a forma como as coisas podem correr bem como mãe solteira, o que seria útil e possível. Pode encontrar dicas aqui:

Uma possibilidade: separar, interiormente, a gravidez e a relação

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Para poder, nesta situação, tomar uma boa decisão, é recomendável conseguir separar, interiormente, a relação da gravidez.

Provavelmente, isto é muito difícil para si, ou então nem sequer lhe parece concebível, dado que as duas coisas estão obviamente interligadas. Contudo, existem várias razões que mostram porque é importante decidir primeiro, com independência, o que fazer em relação a esta gravidez. Somente depois disto, se consegue avaliar como continuar a relação. Vantagens de fazer esta separação:

  • Reduz a pressão:
    Esta “ordem das coisas” vai ajudá-la a sentir menos pressão porque, ao decidir uma coisa de cada vez, não terá o peso de desembaraçar o emaranhado de decisões importantes de uma vez só – pode perfeitamente desfazer um nó de cada vez. 

  • Ajuda a aproveitar o tempo:
    Escolher o que fazer em relação a esta gravidez é a decisão mais importante, dado que ela se encontra condicionada por um prazo legal. Aproveitar bem esse tempo, sem pressas, de modo a perceber qual é a decisão certa para si, será muito benéfico. 

  • Torna possível dar liberdade ao seu companheiro:
    Num primeiro momento, muitos homens sentem-se inicialmente alarmados com a notícia de uma gravidez. Exigir-lhes, nesse momento, uma decisão sobre o que fazer em relação à gravidez, pode fazer com que ele se retire completamente. Por isso, sentir que pode, antes de tudo, pensar sobre o assunto pacificamente será, provavelmente, muito bom para ele. 

  • Permite criar as bases para uma relação:
    A experiência mostra que a base de uma relação estável – seja com o pai da criança ou com um novo companheiro – está na capacidade de ter uma boa relação consigo própria. Por isso, tomar uma decisão em relação à gravidez, com a qual se sinta em sintonia, é recomendável, acima de tudo, por sua causa. Uma vez tomada a sua decisão, será perfeitamente capaz de avaliar como a vossa relação pode continuar.

Nota importante: se decidir prosseguir com a gravidez, não terá, obrigatoriamente, de avançar com uma relação que não se sente pronta para assumir. Você tem liberdade total para decidir como quer que a sua relação continue. Tem direito a decidir aproximar-se dele, afastar-se por um tempo, ou mesmo terminar a relação.

Gravidez não planeada numa relação difícil – 5 ideias

1. Dê tempo a si própria 🕰

Para poder atravessar este mar de dúvidas, pensamentos e sentimentos, pode ser muito útil dar tempo a si própria. Não tem de tomar esta grande decisão neste instante... pode tomar o seu tempo e procurar ocupar-se com coisas que a ajudam a relaxar e que lhe deem paz interior. São tantas as mulheres que nos dizem que foi precisamente isto que as ajudou a tomar uma boa decisão naquela altura!


2. Arrisque novas ideias 🤔

Para muitas mulheres, uma gravidez numa relação instável é vivida como um “perder o chão debaixo dos pés” – porque, muitas vezes, existe (consciente ou inconscientemente) um conceito muito exato do que deve ser a família perfeita. Isto é completamente normal e humano.

Contudo, talvez alguns exercícios de imaginação a possam ajudar agora: na presente situação, de que maneira é que a sua vida, mesmo com uma criança, poderia dar certo? O que poderia surgir como um caminho realmente seu? Não falamos de uma vida perfeita e idealizada, estilo capa de revista, mas de uma vida boa para si. Por exemplo, recorrendo ao apoio dos pais ou da família; ou partilhando um apartamento com mais uma ou outra amiga com filhos; ou conseguindo um apoio efetivo do pai do bebé, mesmo que não continuem juntos como casal, ou outras ideias semelhantes...

Existem muitas possibilidades e oportunidades. Atreva-se a equacionar novas ideias – não tem nada a perder!


3. Faça coisas que a fortaleçam 🛋

Muitas vezes, damos por nós – simples seres humanos – a viver situações que nos ultrapassam. E aí surge a dúvida “porquê a mim?” Perguntamo-nos como conseguiremos, algum dia, gerir este desafio e ultrapassá-lo em segurança.

Neste tipo de situação, o que é que já foi uma ajuda para si no passado? O que a fez sentir-se mais forte? De onde vêm as suas forças? Estas respostas também a podem ajudar agora! São precisamente estas coisas que pode procurar cultivar de novo e, a partir das quais, se vai sentir mais forte.


4. Mantenha-se fiel a si própria 👩

"Manter-se fiel a si própria" podia ser um lema de vida nesta situação. A experiência mostra que, quando uma mulher está em paz consigo própria, tem, mais facilmente, as forças necessárias para prosseguir com o seu caminho.

A sua voz interior, ou seja, a voz do seu coração, é uma boa bússola. Trata-se do seu desejo mais profundo, da sua vontade e dos valores que são importantes para si. Talvez não aponte sempre o caminho mais fácil, mas, por norma, aponta para o caminho certo, aquele que a deixa permanecer fiel a si própria.


5. Quem está lá para si? 👥

Tem pais ou família, amigos ou bons colegas em quem confia? Contactar as pessoas que querem o seu bem, que a conhecem a si e às suas capacidades, e conversar com elas, pode ser extremamente benéfico.

Também é possível que, numa primeira fase, queira estar sozinha até tomar uma decisão. No entanto, não tem de ficar sozinha nesta situação! Vale a pena tirar partido de qualquer apoio que lhe possa fazer bem.


Estamos aqui para si!

Se desejar, podemos continuar a apoiá-la durante este período difícil! Pode utilizar os nossos serviços digitais ou contactar as counsellors Profemina. Seja o que for que lhe faça bem, teremos todo o gosto em estar ao seu lado e esperamos que possa ganhar força e autoconfiança!

👩‍💻 Entre em contacto com uma counsellor por e-mail, telefone ou WhatsApp!

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Autores & Fontes

Autora

Maria Nagele,
Pedagoga Social

Tradução: 
Maria do Rosário Boavida

Revisão

Equipa de psicólogos & de pedagogas e assistentes sociais

Fontes

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