O que é uma interrupção da gravidez?
A interrupção da gravidez é um aborto realizado voluntariamente (IVG - Interrupção Voluntária da Gravidez) ou por questões médicas (IMG - Interrupção Médica da Gravidez). É possível fazer um aborto por via cirúrgica ou medicamentosa. Existem diferentes prazos e normas legais, e deverá sempre ser realizado por um médico (ou sob orientação dele).
- Existem diferentes métodos de aborto. Em Portugal, é possível fazer um aborto por via cirúrgica (através de sucção ou curetagem) ou medicamentosa, porém esta última só é praticada até à 9ª semana de gravidez.
- Um aborto não tem custos financeiros para a mulher quando é realizado através do Serviço Nacional de Saúde. Se for feito sem acordo com o SNS, o mesmo custará cerca de 500 euros.
- A vivência de um aborto é tão variada quanto o número de mulheres que o pratica, pelo que não é possível dizer que a maneira como uma mulher passa pela experiência será igual à de outra. Porém, após um aborto, algumas mulheres sofrem consequências físicas e emocionais.
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1. Até quando é possível fazer um aborto?
2. Como funciona um aborto?
3. Quanto custa um aborto?
4. Prós e contras de um aborto
5. Quais os riscos de um aborto?
6. Aborto tardio: quando é permitido e como funciona?
7. Quais os motivos para abortar?
8. Como foi a experiência de outras mulheres com o aborto?
9. Com que frequência são feitos abortos?
10. Não sabe o que fazer?
1. Até quando se pode abortar?
Em Portugal, uma mulher pode abortar por opção até às 10 semanas de gravidez, a contar da data da última menstruação. A grande maioria das Interrupções Voluntárias da Gravidez (IVG) são feitas por via medicamentosa, embora os métodos cirúrgicos sejam utilizados com frequência em estabelecimentos privados. No Brasil, o aborto não se encontra legalizado (a não ser em alguns casos excecionais). Em Espanha é possível fazer uma IVG até às 14 semanas.
Informe-se sobre a legislação em Portugal:
2. Como é feito um aborto?
Existem três métodos diferentes para realizar uma IVG:
- Aspiração (sucção): operação cirúrgica com recurso a anestesia. Através do método de aspiração, o embrião é sugado para fora do útero, através de uma ferramenta de sucção.
- Raspagem (curetagem): operação cirúrgica com recurso a anestesia. Durante o processo de raspagem, o embrião é cirurgicamente raspado para fora do útero.
- Aborto com comprimidos: a IVG medicamentosa realiza-se através da toma de comprimidos. Os fármacos abortivos são tomados pela mulher sob supervisão médica; sendo o embrião expelido mais tarde.
Informe-se sobre 10 passos importantes a ter em conta no processo de um aborto e como funciona cada método em comparação com os outros no artigo Métodos para abortar. No artigo Aborto: que tipo de anestesia? pode ficar a saber mais sobre os diferentes tipos de anestesia.
🏥 Pode também fazer um teste que temos para si — Métodos para abortar: o que devo ter em conta?
3. Quanto custa um aborto?
Em Portugal, um aborto não tem custos se for realizado através do Serviço Nacional de Saúde. Se for feito por via particular, custa cerca de 500 euros, podendo este preço variar em função das opções quanto ao método ou tipo de anestesia, por exemplo. Leia este artigo!
- Uma interrupção da gravidez por via cirúrgica com anestesia geral pode custar mais cem euros do que se for feita com anestesia local.
- Se a mulher que pretende fazer um aborto tiver menos de 18 anos, os custos serão os mesmos. Os regulamentos legais para o fazer, porém, podem ser diferentes.
Quer saber mais informação sobre o enquadramento legal para abortar com menos de 18 anos? Leia este artigo!
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Só o preço é que conta? Ao tomar uma decisão tão difícil, vale a pena considerar não só o valor monetário das suas opções, mas também o impacto na sua saúde e no seu coração. É recomendável não fazer com que esta decisão: "Interromper a gravidez — sim ou não?" dependa apenas do custo financeiro, o que a poderia induzir numa decisão precipitada. Pelo contrário, o tempo e o apoio podem ajudá-la a tomar uma decisão mais refletida e amadurecida.
4. Aborto: sim ou não? – Prós e contras
Muitas mulheres grávidas não têm a certeza do que fazer diante da questão “Aborto: sim ou não?”. Por norma encontram-se num conflito interior relativo à sua gravidez, sentindo-se divididas entre os argumentos a favor e contra um aborto.
Nessa situação, como chegar a uma solução viável?
- 🕰 Acima de tudo, é recomendável dar a si própria tempo suficiente para esse processo de tomada de decisão.
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- ❤️ Muitas mulheres grávidas referem que, para elas, foi importante procurarem uma decisão com a qual tanto a sua cabeça como o seu coração estivessem de acordo.
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5. Quais são os riscos de um aborto?
Depois de um aborto podem existir complicações físicas, psicológicas ou emocionais.
Um aborto por via cirúrgica (aspiração ou raspagem) é uma operação com riscos relativamente baixos, porém, existentes:
- A membrana mucosa, o útero e colo do útero podem ser danificados pelos instrumentos cirúrgicos, o que pode aumentar o risco de aborto espontâneo em futuras gravidezes.
- A anestesia pode trazer riscos de problemas cardiovasculares.
No caso do aborto medicamentoso, é possível que ocorra uma hemorragia mais prolongada e dores abdominais, mesmo depois da expulsão do embrião.
Além das consequências a nível físico, para algumas mulheres este processo representa um risco de sofrimento psicológico: existem mulheres que se sentem aliviadas depois de fazerem um aborto; outras, porém, descrevem sentimentos de dor ou tristeza, que podem surgir imediatamente após a IVG ou, então, muito tempo depois.
- Mais informação sobre riscos e consequências físicas
- Mais informação sobre possíveis riscos e consequências psicológicas
- 🛤 Pode também fazer um teste que temos para si — Será que um aborto pode ter consequências?
6. Em que circunstâncias é permitido abortar até mais tarde?
Em Portugal, depois das dez semanas, só é possível abortar por motivos excecionais.
Esses motivos excecionais contemplam os casos de violação, malformação do feto ou perigo para a mulher.
Como funciona um aborto tardio? Se o feto ainda não tiver idade suficiente para sobreviver fora do útero, o aborto é feito por via cirúrgica ou, em alguns casos mais tardios, é induzido o trabalho de parto e o feto acaba por morrer durante esse processo. Nos casos – mais raros — em que a interrupção da gravidez pode ser feita até ao fim do tempo de gestação e há suspeita de que o feto possa sobreviver depois do parto, é administrada uma injeção de cloreto de potássio no útero que conduz à paragem cardíaca do feto. Depois disso, inicia-se o trabalho de parto.
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7. Quais as razões mais comuns para fazer um aborto?
As razões que levam uma mulher grávida a pensar em abortar são tão particulares quanto a situação que vive.
Apesar disso, a maioria das mulheres que considera abortar encontra-se numa das seguintes situações:
- “Ele não quer a criança”: muitas mulheres grávidas partilham que estão a pensar abortar porque o namorado, ou marido, não concorda que ela prossiga com a sua gravidez. E se ele não quiser a criança? — Pode encontrar informações e dicas no teste que temos para si.
- "A relação com o companheiro é instável": a relação ainda é muito recente, ou problemática, ou distante, ou a gravidez é fruto de um caso extraconjugal. Faça o teste que temos para si: Grávida de outro homem...e agora?
- “Preciso de estar disponível para os meus outros filhos”: muitas mulheres grávidas também ponderam abortar porque já são mães e querem ter disponibilidade para os filhos que já nasceram. Já é mãe, e sente-se sobrecarregada? Informe-se e veja as nossas ideias para si.
- “Na verdade, eu tinha outros planos”: algumas mulheres grávidas também pensam em fazer um aborto porque querem viver as suas vidas de acordo com aquilo que tinham planeado; e creem que a gravidez vai frustrar esses planos. A sua gravidez surgiu na altura errada? Leia a informação e sugestões que temos para si.
- "Não posso proporcionar uma boa vida ao meu filho": as preocupações financeiras ou materiais também podem colocar tanta pressão sobre si que sente que não irá conseguir sustentar o seu filho. Encontre aqui informações sobre ajuda financeira e onde pode encontrar apoio perto de si.
- "Doenças ou dificuldades tornam as coisas difíceis": problemas de saúde da mãe, possíveis diagnósticos na criança, ou experiências de gravidezes e partos anteriores, fazem com que se olhe para a situação atual com preocupação. Caso se sinta assim, não está sozinha!
Pode ler aqui sobre as razões mais comuns que fazem com que as mulheres pensem em fazer um aborto!
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8. Relativamente ao aborto, como foram as experiências de outras mulheres?
Este é um assunto que preocupa algumas mulheres que se deparam com a dúvida: “Abortar – sim ou não?“. Neste processo de tomada de decisão, pode ser útil informar-se sobre diferentes experiências de mulheres que viveram o mesmo. Contudo, a experiência de um aborto é tão variada quanto o número de mulheres que o pratica, pelo que não é possível dizer que a maneira como determinada mulher passa pela experiência será igual à de outra.
Pode encontrar aqui mais informação sobre como outra mulher passou pela experiência de um aborto.
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- Mais informações sobre as possíveis alternativas a um aborto e razões para não abortar
9. Com que frequência são feitos abortos?
O relatório mais recente sobre este assunto, disponibilizado pela Direção-Geral da Saúde, utiliza dados preliminares relativos a 2021 e indica que, nesse ano, foram realizadas 12.159 interrupções da gravidez em Portugal. Em 95,7% destes casos, esta interrupção foi feita por opção da mulher, até às dez semanas de gravidez. O segundo motivo mais comum, que representa 3,7% dos casos, foi a grave doença ou malformação congénita da criança. *
- Mais informação sobre o aborto por opção
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- Mais informação sobre o aborto em caso de violação
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* Dados estatísticos disponíveis no Relatório de Análise preliminar dos registos das Interrupções da Gravidez 2018-2021 da Direção-Geral da Saúde.
10. Os próximos passos da interrupção da gravidez — o que seria necessário fazer?
Antes de um aborto ser realizado, a gravidez tem ser confirmada por um médico e a semana de gravidez deve ser determinada com precisão.
Em primeiro lugar, deve ser realizada uma consulta prévia no mínimo 3 dias antes do aborto. Os três dias que distanciam estas duas consultas constituem o período de reflexão obrigatório.
É recomendável não se apressar na decisão de interromper uma gravidez, devendo antes utilizar o tempo de que dispõe para refletir bem. Que razões são a favor, quais são as razões contra?
Nesta situação, é bom para muitas mulheres, falar com alguém de confiança.
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